Responsabilidade Social...O que é afinal?

Respondendo ao meu primeiro tópico no blog, irei de forma breve explicar o que é a responsabilidade social e de que maneira poderá ser benéfica uma boa gestão e prática socialmente responsável para uma empresa.

Para Friedman, a Responsabilidade Social deverá servir unica e exclusivamente para para maximizar o retorno de um negócio, ultrapassando a função preliminar do negócio (produzir bens e serviços respeitando as limitações legais da sociedade, isto é, as regras de uma concorrência aberta e livre, sem logro ou fraude), ou seja, a RS resume-se a aumentar ao máximo os lucros da empresa. Friedman defendia assim que, a maximização dos lucros da empresam, trariam indirectamente beneficios e bem-estar á sociedade e que a empresa tem como unica responsabilidade a produção. Assim, Milton Friedman afirma que, a empresa não teria qualquer responsabilidade em relação aos seus publicos internos ou fornecedores.
Actualmente, a RSE é vista de outra maneira. A empresa deixa de ter apenas como unica responsabilidade a produção e passa a ter uma "relação" com a sociedade interna e externa ou seja, avalia e reconhece as necessidades da sociedade e consequências das suas acções para com a mesma tentando sempre melhorar essa relação protegendo ao mesmo tempo os seus interesses e dos seus stakeholders.
Como forma de promover a RSE, a ONU lançou um programa que  procura mobilizar a comunidade empresarial para a promoção de valores fundamentais quer nas áreas dos direitos humanos, como nas relações do trabalho e do meio ambiente, chamado Global Compact (ou Pacto Global). A Global Compact baseia-se em 10 principios

Direitos Humanos

Princípio 1- As empresas devem apoiar e respeitar a proteção dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente; e
Princípio 2 - certificar-se de que não são cúmplices em abusos dos direitos humanos.

Trabalho

Princípio 3 - As empresas devem defender a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva;
Princípio 4 - a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;
Princípio 5 - a erradicação efetiva do trabalho infantil; e
Princípio 6 - a eliminação da discriminação no emprego e ocupação.

Meio Ambiente

Princípio 7 - As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva sobre os desafios ambientais;
Princípio 8 - desenvolver iniciativas a fim de promover maior responsabilidade ambiental; e
Princípio 9 - incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente sustentáveis.

Combate à Corrupção

Princípio 10 - As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.

O Pacto Global pede ainda às empresas para aceitar, apoiar e aplicar, dentro da sua esfera de influência, um conjunto de valores fundamentais nas áreas de direitos humanos, padrões trabalhistas, meio ambiente e combate à corrupção.

Retirado:
http://www.unglobalcompact.org/Languages/portuguese/dez_princ%C3%ADpios.html

A RSE passou assim a organizar-se da maneira como foi antes explicado no ponto dos "Indicadores Ethos" deste blog, ou seja, Valores e Transparência, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Comunidade, Consumidores/Clientes, Governo e Sociedade. Assim a RSE está além do que a empresa deve fazer por obrigação legal.

7 Indicadores Ethos

Os questionários de auto-avaliação fornecidos ás empresas baseiam-se em sete principios:


Transparência; nas suas obrigações adoptando transparência no que diz respeito a objectivos e ética, incluindo ainda o diálogo com os stakeholders.
Públicos Internos; investindo no desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores proporcionando boas condições de trabalho fomentando a participação dos empregados.
Meio Ambiente; desenvolvendo-se de forma sustentável investindo em projectos que compensem os recursos utilizados.
Clientes/consumidores; investindo em produtos com qualidade que os clientes/consumidores procurem.
Fornecedores; estabelecendo relações de simetria com os fornecedores melhorando sempre essa relação
Comunidade; compensando-a pelos recursos que ela oferece á empresa respeitando os valores e costumes  dessa mesma comunidade.
Governo e Sociedade; participando em eventos organizados por diversas organizações e contribuindo para o combate á corrupção.


Portanto, uma empresa considera-se socialmente responsável quando completa os sete indicadores do Ethos acima mencionados. 

Intituto Ethos

www.ethos.pt

Um dos principais impulsionadores da responsabilidade social empresarial é o Instituto Ethos fundado em 1998 no Brasil e é uma organização sem fins lucrativos.

O Instituto Ethos não  avalia directamente as empresas do ponto de vista socialmente responsáveis ou seja, não faz consultoria nem certifica as empresas; fornece sim, ferramentas que lhes permitem auto-avaliarem-se de modo a verificarem a situação em que estão e, que medidas poderão tomar de modo a melhorarem.

O Instituto tem como missão sensibilizar, mobilizar e ajudar as empresas a gerirem os seus negócios de forma socialmente responsável fomentando assim uma consciência global.

Segundo o Website do Instituto Ethos, a organização possui  

7 principios/compromissos:

1. Compreender e incorporar de forma progressiva o conceito do comportamento empresarial socialmente responsável;

2. Implementar políticas e práticas que atendam a elevados critérios éticos, contribuindo para o alcance do sucesso econômico sustentável a longo prazo;

3. Assumir as suas responsabilidades com todos aqueles que são atingidos pelas suas atividades;

4. Demonstrar aos seus acionistas a relevância de um comportamento socialmente responsável para o retorno a longo prazo sobre os seus investimentos;

5. Identificar formas inovadoras e eficazes de atuar em parceria com as comunidades na construção do bem-estar comum;

6. Prosperar, contribuindo para um desenvolvimento social, econômica e ambientalmente sustentável.” 

Cronologia:

1998:                                                                                    

Criação do instituto ETHOS

2000:

Implementação do primeiro modelo de avaliação, a partir dos 7 indicadores.

2010:

Surgimento de uma nova problemática e revisão do modelo paradigmático criado à uma década atrás.

2011:

Lançamento de projeto piloto, que integra novos conceitos de avaliação e sistema online

2012 (outubro):

Implementação da nova geração

Alguns objetivos principais desta nova revisão dos Indicadores Ethos são:

•          Atualizar os Indicadores Ethos em relação às questões mais relevantes nas discussões em responsabilidade social, incorporando o aprendizado de outras iniciativas do Instituto Ethos e promovendo maior integração e esclarecimento conceitual entre RSE e Sustentabilidade;
•       Utilizá-los como ferramenta de gestão para o diagnóstico e planejamento das práticas de RSE, com aperfeiçoamento do sistema on-line;
•        Consolidar o uso dos Indicadores Ethos no desenvolvimento da cadeia de valor;